31 de maio de 2012

"Uma ópera em miúdos" #2

Olá!
Hoje venho falar-vos de uma ópera que adoro, é super engraçada e foi composta pelo meu compositor preferido, Mozart.
Ela é "Le Nozze di Figaro", em português "As Bodas de Fígaro". É uma ópera em 4 actos e foi escrita por volta de 1786, sobre o libreto de Lorenzo da Ponte, seu comparsa dos libretos em mais duas óperas: "Così fan Tutte" e "Don Giovanni", as três formam o conjunto das óperas mais conhecidas dele. Este libreto teve ainda como base os contos de Beaumarchais, um escritor francês. A ópera insere-se no género "ópera buffa", ou seja, é cómica e satírica, pois critica a sociedade da época. A duração desta ópera é mais ou menos 3 horas mas, para mim, são 3 horas muito bem passadas, com a encenação e o elenco certos!

O enredo desta obra é o verdadeiro enredo de faca e alguidar! É bastante confusa se for contada por alto, portanto vou tentar ser sucinta mas explícita :P vou explicar bem o 1º Acto e depois vou tentar resumir muito os restantes, o 1º é que é importante para se entender a história xD

A ópera começa no quarto que irá ser de Susanna e Figaro, servos da Condessa e Conde de Almaviva, respectivamente. Quando Figaro lhe diz que aquele irá ser o seu quarto, Susanna fica apreensiva pois está muito perto do quarto do Conde e este já tinha tentado seduzi-la (através de conselhos dados por Basilio, o mestre de canto de Susanna) e impor o direito de pernada* que tinha já abolido mas dado a beleza de Susanna, ele queria voltar a reivindicar esse direito. Figaro, com estas afirmações, fica furioso e engendra um plano para fazer com que o Conde se redima e não faça mais cortesias às donzelas do palácio e sai.
Marcellina e Bartolo, conhecidos de Figaro e do Conde e a quem Figaro deve dinheiro, entram e Marcellina conta-lhe que pretende exigir o pagamento imediato do débito ou então ele terá de se casar com ela. Bartolo apoia-a pois Figaro ajudou no passado o Conde a fugir e a casar com a sua pupila Rosina, actual Condessa.

*o direito de pernada era uma lei feudal que havia na época em que o senhor tinha direito de ter relações com as suas vassalas antes de elas casarem. Disgusting, I know...


Um aparte: A história das Bodas pertence a uma trilogia em que o primeiro livro é "O Barbeiro de Sevilha" onde conta a história do jovem Conde Lindoro de Almaviva que pretende casar com Rosina, pupila de Bartolo. Esta história foi também musicada, mas muito mais tarde, por Rossini. Continuando...

Quando Bartolo sai, entra Susanna, vê Marcellina e trocam insultos. Esta sai furiosa e entra Cherubino aflito, pois o Conde o apanhou nas brincadeiras com Barbarina, filha do jardineiro Antonio. Cherubino, pajem da corte, pede-lhe para ela interceder por ele junto da Condessa, por quem ele sente um amor platónico.
Ouve-se a voz do Conde e ele fica em pânico, escondendo-se atrás da poltrona. Este entra no quarto e tenta seduzir Susanna, mas são surpreendidos por Basilio, que procurava pelo Conde. Este, que não queria ser visto, esconde-se atrás da mesma poltrona e Cherubino passa para a frente, sendo tapado por Susanna. Basilio entra e lança veneno e fala sobre a atracção de Cherubino pela Condessa e o Conde sai do seu esconderijo furioso. Susanna tenta emendar a situação desmaiando, mas o Conde acaba por contar o que se tinha passado em casa de Barbarina, que o tinha encontrado debaixo de uma mesinha e à medida que vai contando, vai destapando Cherubino e quando o vê fica ainda mais furioso, expulsando-o do castelo. Figaro inclui Cherubino no seu plano mas disfarça, dizendo-lhe tudo o que vai encontrar no regimento em Sevilha.

No segundo acto, a Condessa lamenta-se pelo desinteresse do Conde quanto a ela, mas Figaro conta, então, o seu plano: deixar o Conde com ciúmes, escrevendo uma carta anónima a dizer que a Condessa o traía, vestir o Cherubino de mulher, escrever uma carta como se fosse a Susanna a combinar um encontro com o Conde no bosque e por fim apanhá-lo em flagrante. Ambas mostram-se entusiasmadas com a ideia e aparece Cherubino que declara o seu amor pela Condessa e acaba por ser vestido de mulher. Quando a Susanna vai buscar algo ao seu quarto, o clima aquece entre o pajem e a condessa, mas ouve-se o Conde e Cherubino esconde-se no quarto de vestir. O Conde desconfia que algo não está bem, até que se ouve um barulho nesse quarto e a condessa diz-lhe que é a Susanna, mas que ela não pode sair pois está a experimentar o vestido de noiva. O Conde, nada convencido, sai com a sua mulher e vai buscar um pé de cabra para abrir a porta, já que ela insiste em não abrir. Nesse instante, Susanna sai do seu esconderijo e alerta Cherubino, e esta acaba por saltar da janela pois as portas estavam todas fechadas. Susanna ocupa o lugar do pajem e quando os condes chegam, para espanto de ambos, Susanna surge do quarto. Aproveitam a situação para fazer ver o Conde de que não pode desconfiar assim da sua mulher e também que tem de perdoar se quer ser perdoado. Chega Figaro a anunciar que está quase tudo preparado para a boda e o Conde interpela-o com a situação da carta anónima e ele nega. Entra Antonio com um vaso partido e um papel e diz que viu saltar alguém da varanda da Condessa. Figaro diz que foi ele, mas Antonio não acredita e entrega o papel ao Conde. Ele pergunta-lhe o que é e com a ajuda da Condessa e da Susanna fica a saber que é a patente de Cherubino que não está carimbada e safa-se. No entanto, entram Marcellina, Bartolo e Basilio reclamando ao Conde que cumpra justiça, pois Figaro deve-lhe dinheiro e se não paga tem de casar com ela.


No terceiro acto, o juiz Don Curzio exige a Fígaro o cumprimento do contrato com Marcellina, pagar-lhe uma grande soma de dinheiro. Mas como este não a tem, obriga-o a casar com ela. Fígaro escusa-se dizendo que ele é de família nobre e que não pode casar-se sem uma autorização dos pais. Como prova dessa nobreza, mostra as fraldas que levava quando o encontraram e um sinal no braço direito.
Então Marcelina diz que Fígaro é o seu filho, que desapareceu pouco depois de nascer, e que Bartolo é o pai; assim já não tem que se casar com ela. Quando chega Susanna e vê Marcellina e Fígaro abraçados, dá-lhe uma bofetada. E Marcelina explica-lhe a nova situação.
A Condessa dita a Susanna uma carta para o Conde, de modo a confundi-lo. Entretanto entra um grupo de camponesas para oferecer flores à Condessa, entre as quais se encontra Cherubino disfarçado de mulher. Mas o jardineiro António e o Conde descobrem-no.
Celebra-se a boda entre Fígaro e Susanna e durante o baile, Susana dá ao Conde a carta que escreveu, a pedido da Condessa, marcando um encontro para essa noite. A agulha, com que está fechada a carta, deve ser devolvida em sinal de recebimento. O plano é que nessa noite não se encontre com Susanna ou com Cherubino, mas sim com ela - Condessa - que trocou a sua roupa com Susanna.


No quarto acto, Fígaro surpreende a jovem Barbarina à procura da agulha que selava a carta, que o Conde lhe havia confiado para a entregar a Susanna. Mas ela perdeu-a. Fígaro sabe então que Susanna se vai encontrar com o Conde, mas ignora o plano. Enfadado, convida Bartolo e Basílio a serem testemunhas desse encontro e adverte-os sobre a infidelidade das mulheres.
Chegam a Condessa e Susanna, com as vestes trocadas, e ocasiona-se um encontro complicado.
Cherubino, que tinha ficado com Barbarina, vê a Condessa - que estava disfarçada de Susanna - e tenta beijá-la, mas nesse momento chega o Conde e é ele que recebe o beijo. Este responde-lhe com uma bofetada, mas atinge Fígaro que se tinha acercado para ver o que se passava.
Para se vingar do Conde, Fígaro começa a cortejar Susanna, pensando ser a Condessa, mas quando a reconhece declara-lhe o seu amor e esta enfurece-se cobrido de bofetadas já que não se apercebeu que tinha sido reconhecida pelo marido. Quando dá conta, o par abraça-se e isto ira o Conde, que confunde Susanna com a Condessa. Quando se apercebe da situação, o Conde pede perdão à esposa pelas suspeitas e pela sua má conduta. A Condessa perdoa-o e acaba tudo numa alegre festa.
(os dois últimos actos retirei da wikipédia pois não consigo ser mais sucinta xD http://pt.wikipedia.org/wiki/Le_nozze_di_Figaro )

Deixo-vos as minhas cenas preferidas :)

(se quiserem ver tudo, este link tem a ópera completa de uma das minhas produções preferidas http://www.youtube.com/watch?v=Qd44IeJ6FgQ é a 1ª parte, a segunda encontram facilmente nas sugestões...)


Este é o trio depois dos Condes voltarem ao quarto.
Adoro este Conde do Gerald Finley! :P


A ária da Susanna no 4º Acto.

Aconselho a verem várias produções no youtube, há muita coisa para ver :P

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